Tal como era a pessoa amada um
tanto desconcertada e encantadamente bela, pode-se ver um brilho no fundo dos
seus cabelos encaracolados e a sua alma resplandecentemente amarela, dos mais
longos se tinha a ideia de Maturidade e noção de tempo e dos mais curtos a moça
que sempre foi, mas até então não avistava nenhum fio de sabedoria
peculiarmente chamativa, mas as caríssimas rugas querendo ser vistas no canto
do olho, estavam lá, não que eu gosto de maçãs mas de certo modo a forma como
se escreve até que é legal, por me lembrar de algo que gosto tanto de fazer que
me desliga do mundo todo existente, a letra do meu nome diz tudo sobre mim, o
meu signo diz outra parte, as respostas a parte das pessoas que convivem não considero, as partes de baixo
costumam ser escondidas e ninguém aqui admite o gosto erótico e sádico, mas
sempre me veio a ideia do tântrico, que por sua vez também é um tanto
inconveniente, aqui o toque vale mais, a
corrida pro caso do diário nunca escrito mas diariamente repetido como uma
lista feita uma vez só para todas as vezes, todos os dias, e de vez em quando
eu quero um beijo para quebrar a monotonia, e de vez enquanto eu quero uma
primeira vez que acabe com a sensatez do meu dia, uma bala até, talvez, algo
que seja consumida e depois desapareça num passe de mágica, um sorriso, um
abraço, um estranho enlaço de braços aos redores, e o que tem para mistificar o
momento é a lembrança que de tanto usada se torna imortal, mas tão desgastada
fica, que as pessoas não mais vistas tornam-se sureais, e de vez em quando eu
não sei mais o que é real e o que não é, não é por crise existência, afinal a
minha única droga é o oxigênio, a vida é apaixonante, e as pessoas vão
continuar falando uma das outras variando entre coisas boas e ruins, mas que
mal faz, eu ainda gosto de viver , por isso o que mais me perturba é quando o
sono vem, o sono, a noite bem dormida é um desperdício de viva, considero a
dificuldade de dizer o que sou mas a cada dia me implico mais e mais em descobrir,
a fonte do desespero é a insatisfação humana e eu quero o desapego, eu sei o
que quero, e sei que quero ser feliz, mas sempre surge a pergunta: O que é a
felicidade? A felicidade é aquilo que você acha que é, que ninguém vai dizer a
você como, mas terá que descobrir, talvez não exista uma eternidade feliz, mas
eu gosto desse intermédio da angustia na vida, pra dar valor as outras coisas
quando se tem, ser ou não ser eis a questão? e o que é questão do momento, as passagens
de ônibus abaixaram mas ainda sou contra o capitalismo, eu até gosto de sorvete
mas sou muito mais, mentes abertas, quem quiser se prender que fique “alavonté”,
mas de resto a liberdade deveria ser uma escolha. Se a regra existe mesmo é
porque tem uma exceção e se a exceção existe não teria que haver regra, não
gostaria ver ninguém trocando a liberdade por segurança, esse mundo ta muito
abaixo do que se chama evolução, a tecnologia das pessoas que fazem seu uso é o
exercício de quem as fabrica, e esse é uma vergonha por confundir conforto com
comodismo.